A dor de uma despedida: ex-goleiro Neneca se vai aos 45 anos
A notícia caiu como um trovão para muitos apaixonados por futebol: **Anderson Soares da Silva**, mais conhecido como **Neneca**, ex-goleiro ídolo de clubes como América-MG e Santo André, faleceu aos 45 anos. Ele estava internado desde sexta-feira, sofreu um infarto e não resistiu. O legado que deixa vai muito além das defesas em campo — sua história emociona e inspira.
Quem era Neneca: trajetória e momentos de glória
Início humilde e primeiros passos
Revelado no Flamengo de Guarulhos, Neneca começou a se destacar em times menores até atrair olhares mais atentos. Sua combatividade e dedicação nos treinos o fizeram ganhar oportunidades maiores — um talento que não se media apenas em habilidade, mas em entrega.
### Brilho no Santo André
Foi no **Santo André**, a partir de 2007, que Neneca realmente cravou seu nome na memória da torcida. Ele participou ativamente da campanha que levou o clube à conquista da Série A2 do Campeonato Paulista em 2008. Ao longo de sua passagem, disputou **mais de cem jogos** pelo Ramalhão, somando 103 partidas — um número expressivo que reflete consistência e identificação com o clube.
### Destaque pelo América-MG
Em 2011, ele vestiu a camisa do América-MG. No Brasileiro daquele ano, assumiu a titularidade. No Mineiro de 2012, houve um momento marcante: nas semifinais contra o Cruzeiro, Neneca defendeu um pênalti de Wellington Paulista, desempenho que o consagrou como **melhor goleiro da competição estadual**, embora o Coelho tenha ficado com o vice-campeonato, perdendo para o Atlético-MG. Em sua passagem por Minas Gerais, fez 96 jogos válidos por esse clube.
### Outros capítulos importantes
Depois do América-MG, Neneca ainda defendeu clubes como o **Figueirense**, onde conquistou o Campeonato Catarinense de 2014, e o **Botafogo-SP**, onde ajudou na campanha do título da Série D em 2015. Ele ainda vestiu a camisa de várias outras equipes, com presença marcante também no futebol do Mato Grosso.
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## O que aconteceu: últimas horas e causa da morte
### Internação e complicações
Na sexta-feira, **19 de setembro**, Neneca sofreu um infarto enquanto acompanhava um jogo do sub-17 entre o União Rondonópolis, clube em que atuava como gerente de futebol, e a Academia. Ele foi socorrido e levado para atendimento médico de emergência, sendo depois transferido para a Santa Casa de Rondonópolis, onde permaneceu internado na UTI.
### Diagnóstico e desfecho
Após exames, foi identificado que ele tinha uma **aneurisma na artéria aorta**, complicação séria que exigiria cirurgia de tórax aberto. O procedimento, no entanto, não pôde ser realizado a tempo — Neneca não resistiu. Ele faleceu na segunda-feira seguinte, dia 22 de setembro, deixando um vazio entre familiares, amigos e torcedores.
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## O impacto para clubes e torcida
### Repercussão nos clubes
Clubes pelos quais Neneca passou — como América-MG, Santo André e Botafogo-SP — manifestaram profundo pesar com sua morte. A dor foi coletiva: cada instituição reconheceu não apenas os feitos dentro do campo, mas também a postura e caráter do jogador, além do papel que desempenhou fora dele, agora como dirigente.
### Legado humano além dos gramados
Ele deixa esposa, uma filha e um filho que segue treinando em escolinha de base no clube de Mato Grosso. Além da carreira profissional, Neneca era reconhecido por seu jeito próximo à família, por seu envolvimento no futebol de base e pela identificação com as torcidas. Sua transição para cargos de gerência esportiva evidenciava seu desejo de continuar contribuindo ao esporte mesmo após pendurar as luvas.
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## Reflexões que ficam: mais que defesas, identidade
A morte prematura de Neneca nos leva a pensar em vários pontos:
* A fragilidade humana, mesmo para quem parece forte em campo.
* A importância de valorizarmos atletas enquanto estão vivos — não apenas pelo que conquistaram, mas pelo que representam de inspiração.
O impacto que um jogador pode ter dentro e fora de campo — como jogador, dirigente, pai, exemplo.
Neneca foi mais do que números e títulos. Ele foi parte da alma de clubes modestos e grandes, de torcidas apaixonadas, de momentos de alegria e superação.
Conclusão: despedida de um ídolo, memória eterna
Neneca não está mais entre nós, mas suas defesas, conquistas, sua garra, sua história de superação continuam vivas na memória de quem ama o futebol. Ele era alguém com quem muitos se identificavam — pela raça, pela lealdade, pelo cuidado com o time e com as pessoas. Que sua trajetória seja lembrada não apenas nos minutos de silêncio, mas em cada gol sofrido ou defendido por goleiros que seguem seus passos.